segunda-feira, 30 de junho de 2008

Just Like Anne


Eu já sabia. Antes mesmo de viajar a São Paulo, já sabia que não era Photoshop nas fotos. Já sabia que ia ficar nervoso antes de encontrar ela, já sabia que ia ficar embasbacado quando a visse, já sabia que ia soltar um monte de piadas fracas pra disfarçar o nervosismo. Já sabia que o sorriso dela ia me deixar arrepiado, que os olhos iam me deixar hipnotizado, que a voz seria doce como mel. Antes de ir, eu já sabia que não ia querer desgrudar dela, nem esquecer do seu cheiro. Já sabia que ia encontrar em São Paulo, cidade vendida como violenta e suja, beleza e tranquilidade naquele rosto. Eu já sabia que a pintinha debaixo da boca era sexy, porque... bem, convenhamos, pintinhas debaixo da boca são sexy. Mesmo antes de pisar no avião, eu já sabia que ia sentir saudades.

A única coisa que eu não sabia era que eu podia deixar meu coração em São Paulo, pra pessoa mais especial do mundo encher ele de vida e assim, mesmo com um pedaço separado do todo, fazer de mim alguém totalmente e absolutamente completo.

Feliz Aniversário, Anne.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Desejos

Aos meus amigos, distantes ou não, resolvi desejar e re-afirmar meu apreço.

Para aqueles cujas vidas estão sendo atingidas por tempestades, sejá lá qual forem elas, desejo raios de sol e coragem.

Para aqueles que tiveram seus corações partidos por conta de amores não correspondidos, amores mal resolvidos, amores que partiram, amores que nem chegaram...eu lhes desejo, paz e serenidade mas sobretudo eu desejo que se permitam uma nova chance e que não se armem contra o amor devido as desilusões.

Para os enfermos, eu desejo a cura para suas dores e alivio para os que sofrem com seu sofrimento.

Para os descrentes eu desejo um pouco de esperança, um pouco de fé, um pouco de força e muito de Deus.

Para os que se sentem sós, eu lhes desejo um longo abraço de um amigo próximo ou um sorriso de uma criança.

Para os que se sentem incompreendidos, eu desejo que seus anseios possam ser atendidos.

Para os que se sentem tristes, eu lhes desejo dias coloridos, sons de risos de pessoas queridas e que acreditem sempre em dias melhores.

Para os que se sentem felizes, eu desejo que os instantes alegres se multipliquem e possam ser compartilhados e depois guardados em nossa casinha de lembranças.

Para os que se sentem cansados, eu desejo força... e desejo que encarem suas cruzes como provações pelas quais precisamos passar como aprendizado no decorrer de nossa caminhada.

Para os duros de coração, eu desejo-lhes ternura, doçura, mas sobretudo eu lhes desejo que voltem a sonhar.

E para os que amam, eu desejo que tratem bem do seu amor, que lhe cuidem todos os dias não só dessa semana mas para sempre, porque o amor é o sentimento maior do universo, é o que move a vida e apenas através dele podem ser curados os males desse mundo.

sábado, 21 de junho de 2008

Tudo na faixa

Em mais uma noite de discussões filosóficas e enriquecedoras sobre os assuntos da vida, eu e o Gustavo chegamos à conclusão de que, caso o Pearl Jam venha ao Brasil novamente, devemos reconhecer a atenção dos caras levando faixas e cartazes nos shows. Eis algumas sugestões:

Welcome, Mr.Vedder; Please take the potato out of your mouth.

Mr. Gossard: Dance like no one's watching.

Mr.Cameron: please stop corinthioning.

Mr. Mccready: your guitar is not your penis. Please stop masturbating it.

Mr. Mccready: i understand you like guitar solos too much... But I don't!

Mr. Ament: who are you, anyway?

a casa da rata gorda






Real Zombie Survival Test
created with QuizFarm.com
You scored as Die heroically

You died, but on the bright side, you killed many zombies. Few will know your reasons, but many will know your heroics. You died so others could live. But you still died.


Die heroically


70%

Survive with group


70%

Survival freak


60%

Become Zombie


50%

Zombie Killer


40%


sexta-feira, 20 de junho de 2008

Teoria da Conspiração

Fato: Você nunca viu um funcionário do mês da lanchonete Mac Donald's trabalhando.

Explicação: Aposto que, quando a sua boca faminta arranca pedaços daqueles sanduíches, você nunca parou para pensar o porquê de eles serem tão gostosos. Especialistas do Discovery Channel e National Geographic dizem que a carne humana é mais saborosa que as demais, mais macia e mais tenra. Quando tigres e leões comem pela primeira vez o seu humano delicia, nunca mais param, optando pela dieta a base das nossas proteínas. Uma vez que isso acontece, é necessário o sacrifício de tais animais, pois eles nunca mais abandonaram tal prática, e como nós somos a raça dominante e não queremos ser comida desses seres vorazes, tiro neles.
Super antenado como qualquer empresário deve ser, o dono do Mc Donalds viu essas reportagens nos canais da TV fechada e teve o CLIC. Sim, caros leitores, o mórbido CLIC. Através de uma competição de habilidades de vendas, é escolhido a nossa próxima bisteca do Big Mac. O funcionário do mês é a carne agraciada de nossos sanduíches. São eles que são rapidamente triturados por nossos molares, dissolvidos em nossa saliva, engolidos, repassados por nosso esôfago e digeridos em nossos estomagos, para não citar o processo de absorvição e defecação.
Não imagina isso né? Vendo aqueles quadrinhos com fotos de pessoas sorridentes, não queria aceitar que elas foram mortas para satisfazer os desejos de seu estomago...
Mas na real mesmo? Eu não ligo... Eu comeria o Big Mac até se fosse carne de urubu... Porque é bom pra caralho!

domingo, 15 de junho de 2008

Ascensão e Queda - parte 6

Gotas de água continuavam desabando, cada vez mais forte. O agradável cheiro de grama molhada era suplantado pelo aroma seco de sangue. Dezenas de corpos jaziam pelo chão, como enfeites macabros de um lugar onde não existe o perdão. Fora da mansão, cinco irmãos pensavam e agiam com rapidez, buscando pagar seus votos de lealdade para com os companheiros. Dentro dela, a vingança preparava-se para jantar.

Gotas de suor caíam no chão enquanto a raiva e o medo tomavam conta de André. Raiva por ter deixado a situação chegar a um ponto que envolvesse a pessoa que ele mais ama no mundo. Medo porque se algo acontecesse, não saberia viver sem ela.

No meio disso, uma rixa que ultrapassou todos os limites. Uma guerra de ganância, de ambição, que tornava a cidade ainda mais podre e suja do que já era. Mas André só conseguia pensar nela. Sua vida havia sido um tortuoso caminho de traições e escolhas impossíveis. E justo quando ela apareceu e trouxe um pedaço do paraíso até o inferno, o destino novamente cravava uma faca em suas costas.

- Emi, não há saída. Não há escapatória pra ti. A guerra acabou, e nós vencemos. Sangue suficiente já foi derramado.

- Então, André, será mesmo? Vocês iniciaram a disputa, e agora vocês terminam? Isso não é um romance, nem sempre há um vencedor. Pode não haver mais saída pra mim, mas isso não significa que vocês não possam perder também. Rí.

- Deixa ela ir.

- Ah, toquei num nervo, não foi? Essa emoçãozinha chamada amor é tão previsível. Tu vai me deixar sair, André, ou então vai ter que pagar teus pecados sozinho pelo resto da vida.

Com um movimento cauteloso, Emi deu um passo para trás, em direção à porta. André apertou a arma, avaliando suas opções. O frio da chuva fazia a mansão parecer ainda mais desoladora. Como assombrações, os uivos do vento penetravam no silêncio aterrador do recinto. Emi deu outro passo. Unidos por um elo de tensão quase insuportável, os dois antagonistas mantinham-se calados. Não havia nada mais a ser dito, não havia mais acordos a serem feito. A noite seria como nos velhos tempos, onde o disparo dos revolveres falava mais alto do que palavras. Outro passo, e André puxou o tambor da arma. O tempo parou. O tic-tac do relógio agonizava as horas. Emi abriu os olhos, atenta, tentando descobrir no antigo amigo um blefe, uma indicação de fraqueza. André fechou os olhos por um segundo, tentando esvaziar sua mente de tudo que não fosse relevante na hora. Sentia a incerteza corroer seu coração. Outro passo. A respiração ofegante de ambos podia ser ouvida, mais alta do que a gargalhada do diabo, tão pesada quanto seus piores pesadelos. Mais um passo, e agora Emi podia ver o jardim lá fora se estender como um tapete. A saída estava perto, mas a salvação não. André segurou o cabo da arma com firmeza, esperando sua mão parar de tremer. Fez uma prece para um salvador no qual nunca acreditou. E contou baixinho até três.

O instinto de auto-preservação abandonou Tuxedo quando ele ouviu os disparos. Com Anselmo em seus calcanhares, o fundador iniciou uma corrida desenfreada pelos corredores da mansão. O ar da noite estava úmido. A lua, cheia. Noite de tragédia. Seguiu pelas salas com a arma em punho, desvencilhando-se dos móveis e de qualquer sentimento de hesitação. Viu fumaça saindo de uma das portas. Diminuiu ligeiramente o passo e, pronto para tudo, entrou.

- Meu Deus! O que houve?

Emi estava agachada perto da saída, o braço direito ensangüentado. A arma disparada jazia a alguns metros de distância, silenciosa. Os olhos de Tuxedo percorreram o salão. Do outro lado, Anne estava sentada no chão abraçando André. Uma pequena poça do maldito líquido vermelho indicava que alguém havia sido ferido.

- Foi... tudo muito rápido.. – Anne falou – A Emi tentou me puxar pela porta... e-eu me soltei e corri na direção do Dé. Ouvi um estalido seco, e achei... eu achei que... mas ele me abraçou e me protegeu, l-levando o tiro. P-peguei a arma e atirei no braço da Emi. Tuxedo, eu não sei se ele ta respirando!

Enquanto Gustavo e Mussum chegavam na sala, Anselmo pegou a arma no chão e começou a interrogar Emi. Aldren e Natasha estavam parados na porta, espantados com a cena. Um sentimento de apreensão tomou conta do lugar. Anne levantou a camiseta do homem que a salvou, mostrando o buraco feito pela mordida da bala. O sangue escorria em profusão. Ao virar o amigo, Tuxedo notou um pedaço de metal fervendo no chão. “Talvez o tiro tenha passado sem pegar em nenhum órgão”, pensou. “Talvez haja espaço nos nossos destinos para um pouco de sorte”. Os minutos de dúvida duraram uma eternidade, e foram rasgados com uma tosse seca, mas bem-vinda. E não é que a sorte favorece os bravos?

Aos poucos, André foi abrindo os olhos. Viu o rosto preocupado de Anne e esboçou um sorriso. Abraçou ela junto de si, com força, com carinho.

- Você salvou minha vida. – ela falou, com os olhos em lágrimas.

André sentou-se com dificuldade. Tossiu um pouco. Olhou para os olhos da pessoa mais importante do seu mundo.

- Anne... tu salvou minha vida todos os dias desde que nos conhecemos.

Lá fora, a chuva aumentou ainda mais, como se estivesse tentando lavar os pecados cometidos naquela noite sangrenta. O cansaço tomou conta de todos, mas a guerra estava vencida. Não haviam júbilos nem comemorações, apenas serenidade. Então Anselmo se aproximou. Calmo, juntou-se ao grupo. E disse:

- Guys.. acho que a gente tem um probleminha...

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Internet

Internet.... que palavra besta, mas foi o que nos uniu.
Hoje na PJ ex ex Brasil, eu ...tá vai...como sempre abusei do
meu poder por lá, rí muito.... outras vezes me choquei.
Detesto palavras de baixo calão em posts e tópicos, não me perguntem o pq
já que eu sou adepta do "porra, caralho e cu"...mas digo outras palavras
mais baixas, saca?
Odeio o "Chupa" que muitos dos guris colocam em respostas de provocações lá,
acho uma falta de respeito com as gurias que por lá postam e tal.
O Charada até colocou num post lá pra não usar esse tipo de palavriado, dai o Neylor achou que foi pra ele (e deve ter sido mesmo haha), mas sei lá...eu sei que somos inteligentes ao ponto de não levar esse tipo de brincadeira a sério...mas tem gente que lê e leva..
falar de mãe é meio...sei lá..mãe é sagrado... no mais por mim, vale até cuspir na cara e jogar areia nos zóios hahahaha, infâme.
Tem coisas com as quais não devemos brincar...outras, só o Mastercard faz por vc!

Hoje eu só quis causar mesmo, ser o centro de alguma revoltinha e frescura...
consegui...pior que até gente da Irmandade ainda cai nas minhas causações..
MEODEOZZ// pra vcs hahahaha.


Mas enfim, internet é um bagulho estranho ... faz tu interpretar os textos da forma que quiser e se foder por isso com as pessoas, hahaha..que sem graça.


André, pessoal esta cobrando o final da histórinha...eu ainda estou com a Anne em meu poder MUAHAHHAHAHAHAHAHAHA!!!!!!!

Bjus, amo vcs.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Ela quer ir embora. para qualquer lugar onde a paz habite. Pode ser uma casa, apartamento, bairro ao lado, cidade ao longe ou até um coração.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Criatividade...

To sem nenhuma pq as minhas costas doem e eu to com insonia...

Ah, tive uma ideia fodona de ajeitar o branco vazio que tem em uma das paredes do meu quarto :D

AEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEW!!!!

*\o/*

...

Existem certas coisas que não precisam ser ditas pra que saibamos que não devem ser feitas.

É um conjunto de atitudes que nosso instinto mais básico, o de preservação, já reconhece como merda na certa e portanto evita naturalmente.

A exceção da infância, período da vida onde os seres tem licença para cometer toda sorte de idiotices imagináveis sem que sejam - no mínimo - presos por isso, essa noção de certo e errado é uma constante. Ou deveria ser. Isto por que existem aqueles que ousam contrariar esse bonito dom com o qual a Mãe Natureza no dotou e são capazes de façanhas tão estúpidas que fariam Moe, Larry e Curly gritar "You fucking idiot!!" enquanto batem suas cabeças contra a parede.

Datando da Era Pré-Histórica, reconhecemos esses indivíduos como sendo aqueles dinossauros que ficavam se deliciando nas águas lamacentas de um lago qualquer, alheios ao Tiranossauro faminto que se aproximava babando perigosamente, da sua direção. Ou então, um ancestral da nossa espécie que achou uma boa idéia sair pra caçar animais com 8 vezes o seu tamanho, munido de uma lança e um par de pedras.

Logicamente essas suposições são baseadas apenas na observação de especiais do Discovery Channel ou das histórinhas do Maurício de Souza. Mas o fato é que pelo que podemos presenciar nos dias atuais, não parece nem um pouco improvável que os habitantes desse planeta tenham sido capazes de idiotices de tal calibre ou ainda maiores. O relevante é saber que, em dado ponto da História, ser um idiota completo deixou o status de acidental e se tornou um prazer, quase uma missão, pra determinados indivíduos.

Lembrando que o conjunto de atitudes à serem evitadas varia de acordo com a época, foquemo-nos no desenvolvimento da nossa própria raça e seus passos pelo mundo: enquanto na Antiguidade ele envolvia a adaptação do ser humano em seu ambiente, com o passar das Eras ele se tornou mais uma questão de convívio social do que com relação ao habitat. Os espécimes anarquistas que desafiam o bom senso, dedicam sua prática à tentativa de deixar o restante da população louca e é exatamente essa loucura que põe em risco a integridade física dos mesmos.

Inclusive, aposto que o estimado leitor conhece algum devoto da tal prática, caso não seja você mesmo um deles. E nesse caso, lembre-me de mandá-lo à merda até o final deste texto.

Retomando:

O legítimo babaca é, por exemplo, aquele cidadão que em pleno trânsito das 19:00 horas, não tem o mínimo pudor em mudar de faixa sem dar seta. Aliás, acabamos de adentrar um terreno vastíssimo na área da estupidez humana. O trânsito tem se tornado cada vez mais um instrumento que aumenta exponecialmente a falta de respeito, noção e amor à vida - própria e alheia - na sociedade. Chega a ser impressionante a capacidade que aquelas quatro rodas tem de potencializar a babaquice das pessoas.

Até mesmo ferramentas criadas pra evitar, ou se manifestar, contra tais insultos automobilísticos acabaram sendo distorcidas e hoje são aliadas na luta contra nossa sanidade. Um exemplo claro é a buzina. Foi-se o tempo, querido amigo, em que esse dispositivo servia para alertar motoristas desatentos sobre alguma barbeiragem em curso. Agora, ele não passa de um porta-voz monossílabo para as frustrações pessoais do idiota no carro de trás.

Quando alguém descarrega a força de 126 joules sobre a buzina do seu automóvel, em meio a um engarrafamento que deixaria mosquitos claustrofóbicos, não se engane: o engarrafamento em si é o menor dos seus problemas. Na verdade, o indivíduo está manifestando toda sua indignação sobre o modelo capitalista de vida que o obriga a trabalhar todo santo dia, pra conseguir um salário revoltante ao fim do mês, e assim poder pagar o colégio das 3 pestes que carregam seus genes e provavelmente foram geradas, por acidente, enquanto ele próprio ainda estava no colégio.

É claro que a hipótese de pagar um psicólogo que lhe preescreva remédios controlados está fora de cogitação, quando a buzinoterapia parece igualmente eficaz e bem mais em conta. E esta é apenas uma ínfima parte do que aquele contínuo foooooooooooooooooooooooom pode significar. Se houvesse um tradutor confiável, todos teríamos nossas gerações, passadas e futuras, achincalhadas de tal forma que uma Guerra Civil seria a visão menos pessimista dos dias vindouros.

Uma outra característica marcante dos seres humanos, além da babaquice, é a criatividade. E o apocalipse está formado quando uma trabalha em prol da outra.
Não bastassem os meios já existentes pra evidenciar a porção idiota da população, veio a tecnologia nos trazer mais um: a internet.
Ah, meus queridos leitores.... podemos imaginar o brilho sádico que emanou dos olhos inimigos, quando vislumbrou aquele mundo novo de possibilidades? Em meio ao júbilo da descoberta, é certo que apenas uma dúvida ousou perturbar tão sublime momento: por onde começar?

Não demorou muito até que descobrissem que não era necessário escolher um ponto de partida, já que a chave da coisa toda é justamente a putaria generalizada. Atacariam à esmo e deixariam que a rede, capaz de conectar o mundo inteiro com um click, fizesse o resto. A partir daí, assistimos estupefatos a proliferação de hackers, lammers, fuckers e afins, numa desordenada conquista virtual.

O grande barato dessa modalidade de babaquice é o anonimato. Convenhamos, se na vida real já não existe pudor por parte dos praticantes - nem mediante punições e exposição impiedosa - que dirá quando eles possuem a invisibilidade à seu favor? É como se soltassemos um garoto de 13 anos no vestiário feminino: não tem pra onde fugir e ninguém está à salvo.

Interessante é a forma como estamos sendo, diariamente, adestrados para não considerar a idiotice virtual como uma forma válida de estupidez. Aparentemente, não é cool levar à sério ofensas feitas através do computador, por que isso demonstra o quão suscetíveis às atitudes alheias nós estamos. É como se demonstrássemos fraqueza ao querer capar o maldito que faz sua vida miserável no msn ou Orkut, pelo fato de você nunca ter visto seu rosto.

Mandando a hipocrisia às favas, só durante o próximo parágrafo: a lavagem cerebral feita neste sentido, tem como único fundamento, ser uma justificativa menos deprimente pra nossa TOTAL impotência diante de tal fato. É a fábula da raposa e as uvas, traduzida em bytes. Se não podemos partir a cabeça do indivíduo em questão, nada melhor do que fingir não querer fazer isso. Mas a grande verdade, caros colegas, é que nós queremos. A verdade é que nada seria tão prazeiroso quanto fazer os dias de cada um de nossos desafetos virtuais, tão dolorosos quanto uma sessão de depilação íntima.

Recompondo a pose, devemos admitir que é uma tentativa válida de amenizar a humilhação à qual nos submetemos ao tentar descobrir a identidade de quem hackeou seu profile ou mandou spams de putaria pra sua lista de emails. No fim, vai ser inútil de qualquer jeito.

Num mundo tão vasto, é quase ingenuidade supôr que todas as formas de babaquice já tenham sido inventadas. O ser humano é uma espécie complexa que só se mantém firme até os dias de hoje por causa da sua incrível capacidade de adaptação. Portanto, devemos esperar a superação dos recordes registrados para qualquer momento. Isso dá uma sensação de expectativa que realmente apimenta nossa rotina.

Para terminar este tratado, achei gentil compartilhar com vocês, amigos leitores, a babaquice que me trouxe à tona tantas considerações sobre o assunto e que provou irrefutávelmente não existir limites pra falta de noção alheia. Tudo aconteceu numa academia, numa tarde inofensiva:

Anne, na bicicleta: - pffff....pffff.. uuuufs....
Instrutor, se sentando ao seu lado: - Oi, linda. Tudo bem?
Anne, suando em bicas: .... tudo bom. Arf... arf...
Instrutor, passando delicadamente a mão sobre o pânceps da Anne: Sabe o que eu notei? Que você deve ter engordado um quilo.
Anne, tentando assimilar a afirmação, enquanto não sente mais as pernas: Aaahn.... é, talvez.
Instrutor, desafiando as leis universais e forçando a situação ao nonsense absoluto: Posso perguntar uma coisa? Você gosta de homens? Quero dizer... nunca vejo você com ninguém, e notei que você não usa brincos, pulseiras, etc.
Anne, olhando para os lados à procura de câmeras escondidas ou esperando que o Serginho Mallandro pulasse de trás do Leg Press: .... você sempre se aproxima das mulheres chamando-as de gordas sapatonas, ou hoje é uma ocasião especial ?!?!?
Instrutor, numa tentativa de transformar o Twilight Zone em dialogo filosófico: existem dois tipos de pessoas no mundo. As que falam a verdade e as que mentem. Qual você prefere?
Anne, parando de pedalar e se perguntando por que diabos não levou sua machadinha ao treino: as normais que só dão opinião quando alguém pede.

Creio que a cena acima não precisa de nenhuma explanação pra evidenciar o grau estratosférico de idiotice que o cidadão alcançou com tão poucas palavras.

Até por que, todos os seres vivos sabem que dentre as muitas regras de auto-preservação existentes nesse mundo, apenas uma se sobrepõe à qualquer outra. Aquela que, uma vez desafiada, não oferece piedade. A única que causa repulsa até aos mais valentes, capazes de gritar "palmeeeeeeeeeeeeeeeiras" na sede da Gaviões ou - Deus nos ajude - ligar a TV sábado à tarde: nunca, mas NUNCA, devemos dizer à uma mulher que ela engordou.

Cientistas apontam que os dinossauros foram extintos depois que um deles, provavelmente aquele citado no início do texto, antes de ser devorado pelo Tiranossauro, gritou algo como "você é tão gorda que precisa de um mapa pra achar o próprio rabo!", dando início a hecatombe que dizimou a população de lagartões.

E enfim, é baseada em tais evidências que afirmo: para a estupidez humana, o céu é o limite. E nesse caso, amigos, o céu fica alto pracaraleo.


(Texto obviamente escrito pela Anne, que foi idiota o suficiente pra esquecer a própria senha e precisou pedir o login do André emprestado. ¬¬ )