sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Deixa Rolar...

"You gotta roll with it
You gotta take your time
You gotta say what you say
Don't let anybody get in your way
'Cause it's all too much for me to take

Don't ever stand aside
Don't ever be denied
You wanna be who you'd be
If you're coming with me

I think I've got a feeling I've lost inside
I think I'm gonna take me away and hide
I'm thinking of things that I just can't abide

I know the roads down which your life will drive
I find the key that lets you slip inside
Kiss the girl, she's not behind the door
But you know I think I recognize your face
But I've never seen you before

You gotta roll with it
You gotta take your time
You gotta say what you say
Don't let anybody get in your way
'Cause it's all too much for me to take

I know the roads down which your life will drive
I find the key that lets you slip inside
Kiss the girl, she's not behind the door
But you know I think I recognize your face
But I've never seen you before

You gotta roll with it
You gotta take your time
You gotta say what you say
Don't let anybody get in your way
'Cause it's all too much for me to take

Don't ever stand aside
Don't ever be denied
You wanna be who you'd be
If you're coming with me

I think I've got a feeling I've lost inside"


Ontem meu dia foi extremamente horrível. Por vários motivos... E eis que no final do dia, indo para casa, começa a tocar essa canção do Oasis. 

I think I've got a feeling I've lost inside!!!
'Cause it's all too much for me to take...

Ser adulto é uma merda, obrigações, conflitos, encheção de saco, dilemas emocionais, profissionais, familiares tudo administrado sem se permitir perder o controle, a razão e a porra da racionalidade.

Devo dizer meus amigos, acho que perdi o pouco de juízo e senso de convivência comum que eu tinha... E ao contrário da música acima, acabei de encontrar novamente o que eu havia perdido.

É isso... A pior guerra é contra nós mesmos.


Anna, te adoro gacta!!!

Ótema viagem e aproveite muito Porque vc merece!!

sábado, 11 de outubro de 2008

Piração.

"Pelo amor de Deus, eu não quero usar nada nem ninguém, nem falar do que não sei
nem procurar culpados, nem acusar ou apontar pessoas, mas ninguém esta percebendo
que toda esta busca insana pela estética ideal é muito menos lipo-as e muito mais piração?

Uma coisa é saúde, outra é obsessão. O mundo pirou, enlouqueceu. Hoje, Deus é auto
imagem. Religião, é dieta. Fé, só na estética. Ritual é malhação.
Amor, é cafona. Sinceridade, é careta. Pudor, é ridículo. Sentimento, é bobagem.
Gordura é pecado mortal. Ruga é contravenção. Roubar pode, envelhecer não.
Estria é caso de polícia. Celulite é falta de educação. Filho da puta bem sucedido
é exemplo de sucesso.

A máxima moderna é uma só: Pagando bem, que mal tem?

A sociedade consumidora, a que tem dinheiro, a que produz, não pensa em mais
nada além da imagem, imagem, imagem...
Imagem, estética, medidas, beleza. Nada mais importa. Não importam os sentimentos
não importa a cultura, a sabedoria, o relacionamento, a amizade, a ajuda, nada mais
importa.

Não importa o outro, o coletivo. Jovens não têm mais fé, nem idealismo, nem posição política.
Adultos perdem o senso em busca da juventude fabricada.

Ok, eu também quero me sentir bem, quero caber nas roupas, quero ficar legal, quero
caminhar, correr, viver muito, ter uma aparência legal mas...
Uma sociedade de jovens anoréxicas, bulímicas, de jovens lipoaspirados, turbinados, aos
vinte anos não é natural. Não é, não pode ser.
Que as pessoas discutam o assunto. Que alguém acorde. Que o mundo mude.
Que eu me acalme, que o amor sobreviva."


"Cuide bem do seu amor, seja ele quem for."
Herbert Vianna
Cantor e compositor


Resolvi postar, pq achei digno de discursão...
e pq eu detesto que coloquem a beleza antes
de qualquer outra qualidade nas pessoas...seja ela quem for.
Beleza não é caráter!


Um grande beijo a cada um de vcs....meus bróders ;)

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Um dia você

Um dia você vai ouvir Sonic Youth e vai entender que é bom. E talvez apenas anos mais tarde você vá entender que gostar de Sonic Youth traz outras conseqüências ainda maiores que gastar uma boa nota em discos.

Um dia você vai começar a pensar mais nas coisas do que a maioria das pessoas costuma pensar. E um dia, por pensar mais, você vai ver seu circulo social se estreitando. Um dia você vai se dar conta de que tem poucos amigos, porém são os melhores amigos do mundo. Mas realmente, nesse mundo o que importa é a quantidade.

E por melhores que os seus amigos sejam, um dia você vai sentir falta de se relacionar com outras pessoas. Mas você não consegue. Será que é por que você gostou demais de Sonic Youth? Não se sabe.

Um dia você vai ter dezenove anos. É uma idade bem estranha, é verdade. Deveria ser um tempo de descobertas, mas você não descobre nada. A não ser, é claro, que o tempo está passando rápido demais e não há nada a fazer.Um dia você vai se tornar existencialista, mesmo sabendo que é bobagem. Afinal, pra que se preocupar com a efemeridade das coisas quando se tem dezenove anos? Você não sabe, mas você se preocupa.

E você já percebeu que não é mais culpa do Sonic Youth.Também não é culpa do Radiohead, nem dos Pixies, e muito menos do My Bloody Valentine. A culpa é tua, justamente porque você pensou demais.

Um dia você vai voltar bêbado pra casa (sim, o álcool...). E isso vai se repetir dia após dia. Parece engraçado no começo, mas após um tempo você percebe que é trágico.

E um dia você não gosta mais de estudar. Não lê, não se informa, não quer trabalhar e nem ganhar dinheiro. Por um breve momento você é a pessoa mais indigente do mundo. Mas isso passa logo, você sabe. Afinal, um dia você vai precisar de dinheiro para comprar mais discos e beber mais.

Um dia você vai gostar de uma garota. Um dia você vai gostar de Sonic Youth. E infelizmente, na tua situação, o amor será mais facilmente correspondido pela segunda opção, mesmo que não plenamente.

Um dia você vai ter um blog.

domingo, 5 de outubro de 2008

Eu queria respirar fumaça

E de repente eu não entendi. Não entendi mesmo. Não fez sentido nenhum.

Cá estou, no metrô, no trem, no ônibus, rodeado por outras dezenas de pessoas, todas elas diferentes e iguais a mim. O vagão chacoalha, as pessoas chacoalham, a vida chacoalha, tudo chacoalha. Tudo é instável, tudo treme, como se fosse o prenúncio de uma possível ruína. Eu olho pro lado e vejo alguns rostos angustiados, outros felizes, outros sonolentos, e todos eles se parecem. As barras de ferro não são para segurar, são para prender. Estamos todos encaixotados, não dentro do mesmo vagão, mas dentro da mesma vida. Uma sucessão de idas e vindas, onde a palavra "retorno" poderia ser substituída por "retrocesso", porque existem outras dimensões para retornar além do espaço. Eu vou e volto, apenas para ir e voltar de novo, e de novo, e de novo, e de novo.

Então eu boto os fones de ouvido, justamente para fingir que não estou ali. O Mp3 player é o meu salvador. Quem me diz que eu não sou eles. Eu sou um astro do rock. Um galã de cinema. Um herói, um empresário bem sucedido. Sou eu que faço o gol do título aos 46 do segundo tempo. Sou eu que salvo a menininha do prédio em chamas. Eu sou um e muitos, todos eles autores de feitos heróicos, dignos de personagens bíblicos. Todos os meus eus são livres. Porque eles existem apenas dentro de mim, e não nesse mundo - se fosse o caso, estariam todos no vagão, ao meu lado. Corrompidos pela inércia, pela preguiça, pela formatação de um mundo cada vez mais certo, onde cada um tem que achar o seu papel. Ou melhor, acatar o seu papel. Ser isso, ser aquilo, e pronto. Um ser superior, mesmo que isso seja inferior ao que a pessoa realmente quer.

Não dá pra fugir de nós mesmos. De todos os nossos sonhos e ambições que não vão se realizar. E aliás, quantos desses eram realmente nossos? Quantos vontades são realmente suas? Qual o seu verdadeiro fetiche, aquele que consegue realmente excitar cada poro, cada musculo? Ninguém sabe, certo? Porque nós somos produtos de tudo que vemos e sentimos. Não é a rotina nem a monotonia que nos quebram. É a rotina e a monotonia dos outros, pois eles nos definem. Nós somos a má-vontade do nosso chefe, a habilidade do cozinheiro, a rapidez do entregador, a decisão do motorista de ônibus, a truculência do policial, a compaixão do vendedor. Somos todos as mesmas diferentes vidas.

Por isso eu não entendi. Por que eu estava ali, naquela caixa de concreto, indo a algum lugar que não gosto ou vindo de algum lugar que detesto? Não faz sentido. E se tudo que nos foi passado a vida toda estivesse errado? Ao subverter isso, poderíamos ser outras pessoas?

É engraçada e arrogante a sensação de estar acordado.