sábado, 26 de julho de 2008

... and don't forget the joker!

Ele é o caos. É uma força da natureza que simplesmente existe; tão natural quanto a gravidade nos prendendo ao chão. É o fim do indivíduo, não tem registros, nem rastros que o associem a uma identidade fora do personagem. Ele é Dionísio, a embriaguez e a loucura. Ele é o assunto em voga do cinema de Hollywood. O Coringa - The Joker para os sabichões.
O meu fascínio foi tão grande com o personagem, que ás vezes, deixava de ler as legendas só para ficar encarando aquele rosto deformado e borrado, tentando assimilar tudo o que aquelas feições tinham de especial, louco e genial.

O Coringa é um impulso da natureza, que surge para contrapor - como colocado pelo personagem no filme- tudo inserido nos nossos 'planos'. Ele zomba da fraqueza humana, do excesso de racionalidade, da nossa lucidez instável, da efemeridade e da ilusão de sermos máquinas superiores, capazes de controlar o mundo e te-lo aos nossos pés. "A loucura é como a gravidade; basta apenas um empurrãozinho." Ele é tudo que negamos e tentamos esconder debaixo do tapete, com altas doses de Prozac. A nossa incapacidade de lidar com as emoções; o espírito dionisíaco banido do mundo sempre dá um jeito de voltar e aterrorizar a lógica, o cotidiano, os limites e a razão.

Devastador. Ele vai até os limites do que conhecemos hoje por ética, moral e outros preceitos estabelecidos. A cena dos barcos ilustra isto: o que vale mais; a vida de civis 'bonzinhos' ou a vida dos párias da sociedade - os criminosos? O que é bom e o que é o ruim?
Ele brinca com o medo; leva uma cidade inteira ao caos.

O mais irônico, é que o Coringa não é mal. Ele não está do lado de ninguém; ele não quer ajudar os bandidos do filme -"A Máfia". Isto pode chocar os exaltadinhos: como, ele mata um monte de gente e não é mal?
A verdade é que o Coringa simplesmente é. Longe da moral e da ética, ele é um impulso natural do meio, ele é necessário para o mundo; assim como Nietzsche define o impulso dionisíaco como parte do mundo, necessário para a vida humana, inerente à mesma. Mas nós não permitimos sair do 'plano', não queremos perder o controle de tudo; não admitimos a nossa fraqueza e pequenez defronte a algo tão devastador e sem lógica.
O mordomo de Batman fala, muito inteligentemente, que algumas vezes, as coisas não tem motivo, lógica, nem razões, elas simplesmente são. Elas simplesmente acontecem; emergem. Naturalmente. Assim é o palhaço do crime. Ele não quer dinheiro, não quer poder. Ele é Dionísio.

E mesmo o herói do filme tem dentro de si, o caos. A incerteza e, por horas, a falta de caráter. O Batman é o Coringa; ele tem o poder devastador dento dele e o seu maior desafio, é lidar com essa força destruidora tão forte.
O ápice dessa situação no filme é o Duas-Caras. O homem bom que é levado à loucura, corrompido. A força de Dionísio é imensa.
Não acredito que Batman e Coringa sejam personagens antagônicos. Eles são muito mais próximos do que imaginamos...

Estou apaixonada pelo Coringa, pela força tremenda que ele representa. Eu desejei no meio do filme que o mesmo não acabasse, pois eu estava amando estar lá, defronte a tamanho existencialismo, cara a cara com o abismo. A loucura é linda, perigosa, porém linda.

4 Comentários:

Blogger Doll disse...

*-*

Eu nao tenho nada pra dizer além de: EU SEMPRE AMEI O CORINGA!!!!!

Adoro vilões, sou fã do coringa desde pequena \o/

27 de julho de 2008 às 12:57  
Blogger Mussa disse...

Leio só depois de ver o filme, medo de ter alguma revelação importante e tal...

27 de julho de 2008 às 23:53  
Blogger L. Henrique disse...

A Amy Winehouse é mais desajustada que o Coringa...

Promtoanalisei.

29 de julho de 2008 às 09:25  
Blogger Mussa disse...

eu tb queria que o filme não acabasse...

29 de julho de 2008 às 23:39  

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