quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Ascensão e Queda - parte 5

O ruído da chuva no telhado aumentava ainda mais o clima de claustrofobia. Dentro da mansão, André caminhava com cuidado, arma em punho, o dedo pronto para deslizar pelo gatilho assim que o momento chegasse. Hesitar, naquelas circunstâncias, seria um erro fatal.

Cruzando o saguão principal a passos lentos, o irmão repassou na sua cabeça os acontecimentos: as negociações de Emi com Nelson, os boatos sobre traição, a decisão dos Fundadores de acabar com a história antes que ela ficasse incontrolável. Tudo apontava para uma situação insustentável, onde não poderia existir acordo. Isso significava que um dos lados teria que perder. Um jogo perigoso, onde sobreviver era o prêmio final.

Os corredores escuros, sombrios, acenavam com a possibilidade de um desfecho sangrento. Embora a chuva continuasse caindo com força, André, concentrado no momento, ouvia apenas sua respiração pesada. Olhando para os lados, imaginava de onde Emi poderia aparecer. Caminhava devagar, mas sua cabeça examinava cada canto, trabalhando com rapidez para traçar novas estratégias a cada segundo.

O relógio da meia-noite havia soado não fazia muito quando o Fundador ouviu algo além de seus pensamentos. Ouviu um som a poucos metros de distância. Parou para prestar atenção. Ouviu novamente. Sentiu seu coração palpitar. Apertou a arma com força, escorregando o dedo para a pequena peça de metal que, quando pressionada, dispara pequenos pedaços do inferno. Ouviu de novo. Não havia dúvida nenhuma: eram passos. Alguém estava se aproximando.

Atravessou o que faltava do corredor e tentou entrar em uma das portas, mas estava trancada. Não havia como se esconder. O fator surpresa estava comprometido. Vasculhou sua mente, buscando uma alternativa que o deixasse em vantagem. A pessoa estava cada vez mais perto, e em poucos segundos estaria dobrando no corredor. Estaria encurralado. E não podia atirar sem saber quem estava chegando, pois o destino poderia lhe pregar uma peça e fazer com que acertasse um de seus irmões. Só havia uma saída: expor sua posição para evitar uma tragédia desnecessária. Amaldiçoou sua sorte e, com a voz firme, perguntou em tom alto e decidido:

- Emi?

Os passos cessaram. Nenhuma resposta. André tentou novamente:

- EMI??

Silêncio. Sem dúvida, o irmão havia encontrado sua antagonista. Seus olhos percorreram o perímetro, analisando as possibilidades que teria de alvejar a inimiga antes que ela pudesse reagir. Um disparo, apenas. Um disparo e tudo estaria acabado. Esticou o braço. Ajustou a mira. Ao primeiro movimento, poderia atirar e acertar quem entrasse no seu campo de visão.

- Emi, eu sei que é tu. Não adianta se esconder, não adianta reagir: nós temos a casa cercada e sob controle. Os seguranças foram derrotados. Conhecemos o lugar, cada entranha, cada pequeno centímetro. Não há mais cartas na manga. Não há mais truques. Não há mais briguinhas de poder, nem ambições sangrentas. A partir de agora, estamos tomando nosso lugar enquanto Fundadores. Tu tá sem saída. O jogo acabou, e eu sei que qualquer coisa que vier de ti agora não passa de um forçado e desesperado blefe.

Mas quando Emi avançou e se colocou na linha de tiro, André não conseguiu puxar o gatilho. À sua frente, a antiga presidente da Irmandade sorriu, deliciando-se com a situação. Engatilhou sua pistola, mantendo o cano pressionado contra a cabeça da pessoa que trazia como refém. Ao identificar quem era, o irmão, em choque, não conseguiu reagir, não conseguiu atirar, não conseguiu raciocinar. Apenas deu um grito que ecoou pela propriedade e, mesmo com a chuva, foi ouvido por todos aqueles que disputavam sua sobrevivência naquela noite. Um grito de surpresa e medo, não por ele, mas sim pela pessoa que agora se encontrava sob a mira de uma Beretta .50 e significava para o irmão mais do que o mundo:

- ANNE!

11 Comentários:

Blogger Anne Wine disse...

rá... sabia que a Emi não ia com a minha cara. ¬¬

27 de dezembro de 2007 às 06:03  
Blogger Unknown disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

agora que parei pra ler essa história

hauhuauhahauhauhua

bem legal, continua aê André

27 de dezembro de 2007 às 16:01  
Blogger Jordana disse...

hauhauahuahuahauhua
Imaginei na hora q seria a Anne.
Continua!!!

27 de dezembro de 2007 às 19:12  
Blogger Doll disse...

AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHH

POSSO AJUDAR A SALVAR A POINHAAAA????

POSSOOOOPOSSOOOOOOOO???

:D

27 de dezembro de 2007 às 19:26  
Blogger Flavi disse...

uahauahuahauahauhaua eu logo imaginei que teríamos essa cena de alguma forma!muito bom!

27 de dezembro de 2007 às 19:48  
Blogger Unknown disse...

uhauhahuauhhuauhauha...

quero ser convidado e tal... casamento entre irmões ruleia!!

né Flavi!! :D

28 de dezembro de 2007 às 03:45  
Blogger Doll disse...

né Flavi!! :D²

28 de dezembro de 2007 às 06:29  
Anonymous Anônimo disse...

¬¬

Tá fudido Andre!
A Anne ja era!haauahauahaua

28 de dezembro de 2007 às 15:22  
Blogger Flavi disse...

ahauhauahauahuahuahauhaua

me abstenho de comentários!

29 de dezembro de 2007 às 22:00  
Anonymous Anônimo disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

8 de janeiro de 2008 às 06:07  
Anonymous Anônimo disse...

o André ainda vai aprontar uma e pegar todo mundo de surpresa!

8 de janeiro de 2008 às 06:09  

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