Ascensão e Queda - Parte 4
As luzes do relógio marcavam 23:52. A chuva havia se intensificado, castigando quem se aventurava fora de seus lares. Na propriedade da Irmandade, os tiros ecoavam, rompendo o silencio da noite. Dentro dos limites daquele local, o perdão estava proibido de entrar.
Nada disso, entretanto, incomodava Anselmo. Trabalhando com a habilidade de um relojoeiro, ele percorria os circuitos do alarme da mansão como quem percorre o corpo de uma mulher com as mãos. Conhecia cada centímetro, cada lugar, cada entrada. Em questão de minutos, havia desarmado o equipamento. Sorriu e virou-se para Tuxedo:
- É que nem as minas, cara: só saber onde botar a mão que elas se desarmam.
Os irmões sorriram e abriram a porta, deparando-se com uma escuridão impenetrável. A enorme mansão, com suas dezenas de quartos e salas, parecia dormindo. Tudo que se ouvia era o barulho da chuva, pois a casa estava num silêncio quase esmagador. Não parecia haver ninguém por perto. Anselmo foi na frente, a arma e a coragem em punhos. Tuxedo foi atrás, cauteloso, mantendo na cabeça uma velha máxima de seu pai que dizia o seguinte: a quietude sempre precede o caos.
A tensão crescia enquanto ambos, lentamente, investigavam os aposentos. Aproximando-se da enorme cozinha, um barulho chamou a atenção deles.
- Ouviu isso, Anselmo?
- Fica frio, cara. Deve ter sido algum rato, sei lá.
- Não, não foi... isso seria muito conveniente, e a vida não é assim.
A frase ricocheteou no ar por um segundo, e não mais. Porque subitamente as luzes da cozinha se acenderam. Seguiu-se uma movimentação que cercou os dois irmões, com quatro pessoas se posicionando no que seriam os ângulos de um quadrado, e apontando armas para eles. Passada a rapidez do momento, Tuxedo acostumou-se à luz e conseguiu identificar uma daquelas pessoas.
- Amanda!
- Tuxedo, Anselmo, abaixem as armas.
- O que você está fazendo aqui? - perguntou Tuxedo - Aliás, o que vocês, Flavi, Érica e Jordana estão fazendo aqui? Estão do lado da Emi?
- Nâo, não estamos do lado de ninguém - respondeu Amanda - Estamos apenas querendo descobrir o que realmente está acontecendo. Agora, abaixem as armas.
Mas o aviso não foi cumprido. E, antes que as mulheres conseguissem esboçar qualquer reação, os dois irmões sacaram mais uma arma cada um, colocando sob sua mira as quatro pessoas e igualando a situação.
- Nós não viemos até aqui à toa. - disse Anselmo - Tem muito em jogo.
Os minutos que se seguiram pareceram anos. De um lado, as meninas tentando descobrir qual o melhor passo. Do outro os irmões, firmes como rochas, amparados pelo sentimento de lealdade e companheirismo para com aqueles que estavam lá fora lutando. E foi a determinação que fez a diferença: elas hesitaram. Eles não.
- Droga - resmungou Amanda - Meninas, abaixem as armas. Escutem guris, nós precisamos conversar! Não foi a Emi que começou tudo!
- Ela queria entregar nossos melhores pontos de negociação pro Nelson - retrucou Tuxedo - Por isso estamos todos aqui agora.
- Sim, mas eu estou falando do tiroteio: alguém disparou contra a Emi antes. Não foi ela que atirou a primeira pedra.
- Impossível - continuou Tuxedo - Tínhamos nosso plano e estratégia perfeitamente elaborados. Nenhum de nós arriscaria isso com um tiro a esmo, de fora da casa. Foi a Emi que, da janela, tentou acertar o Mussum e o Gustavo. Ela deu o passo final.
- Espera - Amanda tentava encaixar as peças - Houve um disparo, mas veio de dentro da casa. Ela achou que tinha sido vocês, e por isso contra-atacou. Mas se todos os Fundadores estavam lá fora... quem atirou?
Nesse instante, a porta da frente, até então aberta, bateu com força. Instintivamente, todos correram na direção - e, ao saírem da mansão, perceberam um vulto se afastando rapidamente. Tuxedo e Anselmo lideravam a perseguição, sabendo que poderiam ali encontrar respostas.
No entanto, um grito vindo da casa fez eles pararem: era a voz do André. Sem hesitar sequer, deram meia volta e correram para o lugar de onde tinham saído. As meninas ficaram na dúvida, mas os irmões sabiam que um segundo poderia fazer a diferença entre vencer e perder, entre viver e morrer. Tuxedo lembrou-se de uma velha máxima constantemente repetida por seu pai, que dizia "a sorte está lançada". Mas no mundo deles, os deuses e o destino não se arriscavam a entrar: você precisava fazer sua própria sorte.
Nada disso, entretanto, incomodava Anselmo. Trabalhando com a habilidade de um relojoeiro, ele percorria os circuitos do alarme da mansão como quem percorre o corpo de uma mulher com as mãos. Conhecia cada centímetro, cada lugar, cada entrada. Em questão de minutos, havia desarmado o equipamento. Sorriu e virou-se para Tuxedo:
- É que nem as minas, cara: só saber onde botar a mão que elas se desarmam.
Os irmões sorriram e abriram a porta, deparando-se com uma escuridão impenetrável. A enorme mansão, com suas dezenas de quartos e salas, parecia dormindo. Tudo que se ouvia era o barulho da chuva, pois a casa estava num silêncio quase esmagador. Não parecia haver ninguém por perto. Anselmo foi na frente, a arma e a coragem em punhos. Tuxedo foi atrás, cauteloso, mantendo na cabeça uma velha máxima de seu pai que dizia o seguinte: a quietude sempre precede o caos.
A tensão crescia enquanto ambos, lentamente, investigavam os aposentos. Aproximando-se da enorme cozinha, um barulho chamou a atenção deles.
- Ouviu isso, Anselmo?
- Fica frio, cara. Deve ter sido algum rato, sei lá.
- Não, não foi... isso seria muito conveniente, e a vida não é assim.
A frase ricocheteou no ar por um segundo, e não mais. Porque subitamente as luzes da cozinha se acenderam. Seguiu-se uma movimentação que cercou os dois irmões, com quatro pessoas se posicionando no que seriam os ângulos de um quadrado, e apontando armas para eles. Passada a rapidez do momento, Tuxedo acostumou-se à luz e conseguiu identificar uma daquelas pessoas.
- Amanda!
- Tuxedo, Anselmo, abaixem as armas.
- O que você está fazendo aqui? - perguntou Tuxedo - Aliás, o que vocês, Flavi, Érica e Jordana estão fazendo aqui? Estão do lado da Emi?
- Nâo, não estamos do lado de ninguém - respondeu Amanda - Estamos apenas querendo descobrir o que realmente está acontecendo. Agora, abaixem as armas.
Mas o aviso não foi cumprido. E, antes que as mulheres conseguissem esboçar qualquer reação, os dois irmões sacaram mais uma arma cada um, colocando sob sua mira as quatro pessoas e igualando a situação.
- Nós não viemos até aqui à toa. - disse Anselmo - Tem muito em jogo.
Os minutos que se seguiram pareceram anos. De um lado, as meninas tentando descobrir qual o melhor passo. Do outro os irmões, firmes como rochas, amparados pelo sentimento de lealdade e companheirismo para com aqueles que estavam lá fora lutando. E foi a determinação que fez a diferença: elas hesitaram. Eles não.
- Droga - resmungou Amanda - Meninas, abaixem as armas. Escutem guris, nós precisamos conversar! Não foi a Emi que começou tudo!
- Ela queria entregar nossos melhores pontos de negociação pro Nelson - retrucou Tuxedo - Por isso estamos todos aqui agora.
- Sim, mas eu estou falando do tiroteio: alguém disparou contra a Emi antes. Não foi ela que atirou a primeira pedra.
- Impossível - continuou Tuxedo - Tínhamos nosso plano e estratégia perfeitamente elaborados. Nenhum de nós arriscaria isso com um tiro a esmo, de fora da casa. Foi a Emi que, da janela, tentou acertar o Mussum e o Gustavo. Ela deu o passo final.
- Espera - Amanda tentava encaixar as peças - Houve um disparo, mas veio de dentro da casa. Ela achou que tinha sido vocês, e por isso contra-atacou. Mas se todos os Fundadores estavam lá fora... quem atirou?
Nesse instante, a porta da frente, até então aberta, bateu com força. Instintivamente, todos correram na direção - e, ao saírem da mansão, perceberam um vulto se afastando rapidamente. Tuxedo e Anselmo lideravam a perseguição, sabendo que poderiam ali encontrar respostas.
No entanto, um grito vindo da casa fez eles pararem: era a voz do André. Sem hesitar sequer, deram meia volta e correram para o lugar de onde tinham saído. As meninas ficaram na dúvida, mas os irmões sabiam que um segundo poderia fazer a diferença entre vencer e perder, entre viver e morrer. Tuxedo lembrou-se de uma velha máxima constantemente repetida por seu pai, que dizia "a sorte está lançada". Mas no mundo deles, os deuses e o destino não se arriscavam a entrar: você precisava fazer sua própria sorte.
11 Comentários:
Olha aqui! Se eu não terminar como moçinha da história e casada com o principe, vcs estão fudidos!
Pq eu sempre tenho que ser a vilã? Não pode ser a Erica? a Amanda? a Flavi?
¬¬
Não, eu sou bróóóóder demais pra pagar de vilã.
Mas eu tô doida pra ver o desfecho já. Tá massa bagarai!
:D
li tudo hoje... nem dá pra imaginar o fim... como diria o monstro sagrado Cid Moreira: Mistééééério
fantástico!
ah,eu me referia ahistória,deixo o cid moreira de lado ehhee
"- É que nem as minas, cara: só saber onde botar a mão que elas se desarmam."
morri de rir...
muito boa a história!!!
cara, ta muito legal aheuhuahhaa. acho que dá até um livro e tal.
Li todas as partes e adorei!!!
Continua!!
Quero trocar de papel com a Emi, to mt mimimizenta nessa história, saca????
Tah, eu sou lecal, mas nem tanto!!!
Mas TAH MT BOA ESSA HISTÓRIA, REGISTRA OS DIREITOS AUTORAIS DISSO LOGO PELOAMORDEDEUS!!!!
:D
" Não, não foi... isso seria muito conveniente, e a vida não é assim."
cara, André é o Nelson Rodrigues do Rio Grande do Sul, hahaha
Se eu continuar como a vilã...quero ser interpretada pela
Whoopi Gouper (sei lá como escreve)..só sei o nome dela pq vi "Ghost" 52 vezes.
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