terça-feira, 6 de novembro de 2007

Cópia da cópia da cópia

Há mais ou menos um ano e meio atrás, meu pai decidiu que iria colocar TV a cabo aqui. Tecnicamente, seria TV a satélite porque a cabo não tem aqui onde moro. O objetivo dele, claro, era ver jogos do brasileirão. E a gente aqui ganhou, digamos, de brinde, o restante da programação. Realmente, faz diferença. Não vou dizer que não viveria sem, mas é bem util em umas horas. Tem um grau de alienação como a Tv aberta tambem tem, mas se aprende muito, principalmente inglês.

O que eu comecei a reparar depois disso foi a tentativa desesperada da maioria das emissoras de TV aberta de copiar tudo quanto é programa. Fazer uma versão abrasileirada da coisa. Eu, que na minha inocencia, tinha achado uma idéia brilhante do Luciano Huck de pegar carros acabados e fazer uma transformação. Só depois de ver uns mil programas assim na TV a cabo que me deparei que tinha sido uma cópia descarada. Recentemente, existe uma novela na Record que imita ridiculamente a série heroes, que fez sucesso considerável nos EUA. Fora várias idéias de reality shows e de alguns programas de auditório.

Pessoalmente, acho isso nojento. Mas é interessante o quanto a cópia se tornou um negócio atrativo. Os direitos, royalities, contratos de exclusividade. As pessoas pagam pra ter o direito de copiar. Não só com a TV, mas com música tambem. Só que essa sempre aconteceu. As pessoas tentam re-empurrar algo já feito por alguém. Ou simplesmente tentam surpreender o publico que nao teve acesso as ideias originais. De qualquer forma, tentam parecer o que nao é.

È mais ou menos como uma banda cover, ou playback em show ao vivo. É uma pena que a criatividade tenha virado produto em série. Pior que quem quer arriscar, nao tem apoio. Claro que vão preferir investir em algo que já fez sucesso. Ridiculo tratarem a gente feito pecinhas de lego manipuladas.

Enfim, o mundo.

4 Comentários:

Blogger André disse...

Os pensadores da Escola de Frankfurt se referem a isso como Indústria Cultural - disse o pensador Theodor Adorno que tudo acaba se tornando um negócio, e "enquanto negócios, seus fins comerciais são realizados por meio de sistemática e programada exploração de bens considerados culturais"

Ou seja, a cultura se tornou um produto, que vende aos consumidores uma necessidade (assistir "Tropa de Elite", por exemplo, dá à pessoa um certo status perante o grupo; ouvir CPM 22 também). Quanto melhor for a campanha de marketing, mais valor simbólico terá a obra - por isso a preguiçosa indústria hollywoodyana vive fazendo refilmagens e adaptações, pois além de poupar esforço criativo (o que interessa é a propaganda mesmo), pode se utilizar de um sentimento já existente em relação ao produto original (o que deve aumentar agora com a greve dos roteiristas, sobre a qual falarei sexta-feira no outro blog =D ).

6 de novembro de 2007 às 02:09  
Blogger Doll disse...

Até onde eu sei, somos uma cópia "a imagem e semelhança" de Deus...

CULPA DELE!!!!

6 de novembro de 2007 às 05:42  
Blogger EricaMic disse...

Falando em Delz.

Adão tinha umbigo?

6 de novembro de 2007 às 18:33  
Blogger Unknown disse...

Jogue fora sua televisão...

7 de novembro de 2007 às 00:08  

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