quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Goodbye, Guitar Hero!

Século XXI, certo cara? É, certo. Nada pra fazer, certo cara? É, certo.
E sabe o que mais me preocupa? Nada, cara.

Acho que estamos chegando num momento perigoso das vidas, pelo menos em relação ao aspecto musical. O Rock ainda não acabou (ao contrário do que pregam) mas falta pouco. Muito pouco.

E, se ele ainda vive, ao menos os guitar heroes já eram. Aliás, a melhor sacada que vi nos últimos tempos foi o lançamento de um jogo em homenagem à esses sujeitos cabeludos e tatuados. Guitar Hero (o jogo) é uma tentativa (será mesmo?) de mostrar aos jovens aquilo que um dia já foi chamado de Rock’N’Roll, no sentido mais sujo e primitivo da palavra.

O jogo é simples e consiste em fazer com que o jogador simule o som de uma guitarra através dos controles de seu joystic. Nada demais, certo? Aparentemente não, mas se levarmos em consideração o nosso presente, é uma idéia genial.

Numa época em que se dá pouca ou nenhuma importância ao virtuosismo dos músicos, Guitar Hero transporta o jogador aos dias de glória da guitarra, celebrando o peso da guitarra de Tonny Iommi, a melodia do instrumento de Jimmy Page e o esporro da ‘utensílio’ de James Willianson.

“E daí?” você deve estar se perguntando. E daí nada, meu amigo. Eu mesmo estou cagando para os guitar heroes e suas perucas compridas. Estou cagando para seus solos mostruosos e estádios lotados, mas não posso deixar de observar que o lançamento de um jogo “comemorando” os Golden Years das seis cordas é só mais um indício de que esses tempos jamais voltarão. Ou alguém já viu batizarem rua com nome de pessoa viva?

E como desse mundo ninguém vai embora sozinho, os guitar heroes decisiram levar consigo uma outra classe curiosa da trajetória do rock, aquilo que Elvis foi nos anos 50, John Lennon e Mick Jagger nos 60, Robert Plant e Roger Waters nos 70, uns caras de quem não me recordo nos 80 e finalmente Kurt Cobain e A(rgh)xl Rose nos 90: os Rockstars.

Alguém sabe o nome de um frontman famoso do século XXI? Há por aí algum cabeludo cuja imagem seja mais conhecida que a do papa (tarefa aliás que não deveria ser tão difícil, vide que Ratzinger tem a mesma simpatia do cachorro da minha vizinha)? Acho que não. Com exceção de Jack White (que só goza desse mérito por dividir sua banda, o White Stripes, com apenas mais uma colega) não consigo me lembrar de nenhum roqueiro famoso nessa década.

Eles já eram, cara (talvez eu até seja um bocado agradecido por isso). O que acontece, é que hoje, o rock tem muito mais a ver com a coletividade do que com o talento individual. Isso é bacana. Bandas como Arcade Fire, Belle & Sebastian e os (recém-aposentados) brazucas Los Hermanos, contam com um line-up maior do que o convencional, composto por violinos e instrumentos de sopro para preencher um clima que antes era de exclusiva responsabilidade de um só sujeito. É o tal “somar para crescer”.

Mas isso já é assunto para um outro post...

6 Comentários:

Blogger Chucko disse...

frontmans sao coisa do passado, de fato. pior que frontmans sao as pessoas que endeusam eles "ele é tudo" "ele é isso", chatice do cacete. e, ca pra nos, nem toda musica precisa de um solo de 5min. pelo menos, eu ja to meio cansado de even flow ao vivo.

3 de outubro de 2007 às 00:24  
Blogger Tiago disse...

eu sei um frontman famoso do seculo XXI. Mister Dave Grohl :D, e esse negocio de solos interminaveis é uma coisa enjuada que só. Uma vez eu vi um show do Metallica em seattle, gravado em 1988, eu quase dormi de tanto tédio

3 de outubro de 2007 às 01:04  
Blogger gustavo disse...

depende. se o solo for bem feito ele não enjoa, por exemplo 'warning', do black sabbath.
e, realmente, o dave é um cara bem respeitável, mas não chega a ser ícone.

3 de outubro de 2007 às 03:14  
Blogger Doll disse...

eu jah to pensando em desistir de ser groupie por conta disso...

3 de outubro de 2007 às 03:47  
Blogger Chucko disse...

o dave nao é tao rockstar assim, eu vejo ele mais como um cara prestativo, bem ativo, ja trabalhou com um milhao de bandas. eu acho que solo bem feito enjoa, depois de um tempo.

3 de outubro de 2007 às 12:36  
Blogger Unknown disse...

ah... nem me importo com o que está por vir...

enquanto tiver Pearl Jam tá massa pra mim..

e assim... tinha Audioslave (mas acabou..) quem sabe o Chris não volta com algo novo ae... o fim tá próximo mas a salvação ainda é possível...

pior que tudo isso é o aquecimento global... enfim... sei lá!!

3 de outubro de 2007 às 13:19  

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